Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Campinas, 17 de Janeiro de 2014
Deus, que está nas alturas, além da nossa compreensão, se permite vir até os homens e se fazer um deles para diretamente falar-lhes ao coração. É Jesus, no seu kenosis, nos dando uma lição de como se aproximar do outro e ensinar a Boa Nova. Ele se faz pequeno, coloca-se na mesma condição humana para ensinar que ninguém é maior, a não ser o Pai.
Encontramos, nos Evangelhos, Jesus sentado falando ao povo ou alguém sentado ouvindo Jesus falar. Mas o que significa estar sentado? Aquele que senta-se aos pés de Jesus para ouvi-Lo, está buscando a sabedoria na fonte, é o discípulo diante do Mestre, sedento de conhecimento, disposto a ouvir e apreender o ensinamento para aplicá-lo na vida. Estar sentado é estar à vontade, aberto e pronto para acolher uma mensagem!
Sentar-se diante de alguém significa ter liberdade, intimidade, proximidade com o outro que fala ou que escuta. Quando nos mantemos de pé, formalizamos uma situação de limitação, de distanciamento e não acomodação, fazendo com que o outro não se sinta à vontade ou verdadeiramente acolhido durante uma conversa íntima.
Encontramos o exemplo de Maria que senta-se aos pés de Jesus para ouvi-Lo enquanto sua irmã, Marta, fica em meio aos seus afazeres. E Jesus lhe diz: ‘Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada (Lc 10,38-42)’.
E Jesus também senta-se junto ao povo, na montanha, para anunciar as bem-aventuranças. Ali, o terreno era árido, mas, mesmo assim, ele lança sementes! Ele não tem medo, e sim, uma missão!
E quanto nós? Como nos posicionamos diante dos nossos catequizandos? Como anda a nossa semeadura?
Como discípulos missionários, somos chamados a evangelizar! Mas, para cumprirmos essa missão, é preciso seguir o que Jesus nos ensina, também, nas entrelinhas do Evangelho.
Jesus sobe a montanha, Jesus desce a montanha, Jesus se retira, ora se aproxima. São atitudes que nós devemos praticar no processo da catequese!
Junto com os nossos catequizandos, precisamos nos colocar à altura deles, não somente fisicamente, mas também no sentido de fazer chegar a mensagem através de uma linguagem compatível com o entendimento de cada um. Cada dia mais é preciso se aproximar do outro, assim como fez Jesus que desceu à nossa altura para se fazer compreender, sentou-se junto ao povo para fazê-los íntimos e dar o exemplo de como evangelizar.
O catequista, assim como Jesus fez, precisa colocar-se próximo dos seus catequizandos, à vontade, sem receios, promovendo o encontro dos seus olhos com os olhos deles. Tornando-se, assim, ponte de acesso ao Pai, à medida que se dobra para se fazer pequeno dentre os pequeninos.
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