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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PASTORAL NO FUTURO PRÓXIMO

Foi publicada na manhã de ontem a primeira exortação apostólica do pontificado de Francisco, a “Evangelii Gaudium” (A alegria do Evangelho). O texto, escrito com base no sínodo sobre “A nova evangelização para a transmissão da fé”, realizado de 7 a 28 de outubro de 2012 e convocado pelo papa antecessor, Bento XVI, foi apresentado à imprensa pelo arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, junto com os arcebispos Lorenzo Baldisseri, secretário geral do sínodo dos bispos, e Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

A exortação, de 222 páginas, se divide em uma apresentação e cinco capítulos. Os capítulos são dedicados à transformação missionária da Igreja, à crise do compromisso comunitário, ao anúncio do Evangelho, à dimensão social da evangelização e aos evangelizadores com espírito.

O padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, explicou que a exortação foi um trabalho pessoal do santo padre, escrito principalmente durante o mês de agosto e originalmente em língua espanhola.

Por sua vez, dom Fisichella observou que o documento foi escrito "à luz da alegria com o fim de redescobrir a fonte da evangelização no mundo contemporâneo". Para ele, o texto delineia "os caminhos do compromisso pastoral que ocuparão a Igreja no futuro próximo. Um convite a recuperar uma visão profética e positiva da realidade, mesmo sem deixar de ver as dificuldades. O papa Francisco transmite valentia e nos convida a olhar para frente, apesar do momento de crise, fazendo da cruz e da ressurreição de Cristo, mais uma vez, a 'insígnia da vitória'".

Da mesma forma destacou que o papa “imprime nessas páginas não somente a sua experiência pastoral anterior, mas sobretudo a sua chamada para aproveitar o momento de graça que a Igreja está vivendo para empreender com fé, convicção e entusiasmo a nova etapa do caminho de evangelização”. E no centro da evangelização coloca a pessoa de Jesus Cristo, o primeiro evangelizador.

Por um lado, continuou Monsenhor Fisichella, "o papa Francisco se dirige às igrejas particulares para que, vivendo em primeira pessoa os desafios e as oportunidades próprias de cada contexto cultural, sejam capazes de propor os aspectos peculiares da nova evangelização nos seus países”. Por outro lado, “o papa traça um denominador comum que permite que toda a Igreja, e cada evangelizador em particular, reencontre uma metodologia comum para convencer-se de que o compromisso de evangelização é sempre um caminho participado, compartilhado e nunca isolado”.

Chamou a atenção aos sete ponto indicados nos cinco capítulos da exortação, já que “são os pilares de sustentação da visão do Papa Francisco sobre a nova evangelização: a reforma da Igreja na partida missionária, as tentações dos agentes pastorais, a Igreja como totalidade do povo de Deus que evangeliza, a homilia e a sua preparação, a inclusão social dos pobres, a paz e o diálogo social e as motivações espirituais no compromisso missionário”

O elemento que une essas questões – destacou – se concentra no amor misericordioso de Deus que sai ao encontro de cada pessoa para manifestar o coração da sua revelação: a vida de cada pessoa adquire significado no encontro com Jesus Cristo e na alegria de compartilhar esta experiência de amor com os outros.

Monsenhor Fisichella também enfatizou que "o papa, como de costume, aprofunda sobre algumas expressões chocantes e cria neologismos para dar a entender a natureza mesma da ação evangelizadora. Entre eles, mencionou o já conhecido “primerear”; “Isso quer dizer que deus nos precede no amor, indicando à Igreja o caminho que deve seguir”.

Neste capítulo, também “aparece uma forte chamada do papa que se estabeleça um saudável equilíbrio entre o conteúdo da fé e a linguagem que a expressa. Pode acontecer, às vezes, que a rigidez com a qual se pretende conservar a precisão da linguagem, vá em detrimento do conteúdo, comprometendo assim a visão genuína da fé”.

O segundo capítulo é dedicado a acolher os desafios do mundo contemporâneo e a vencer as fáceis tentações que minam a nova evangelização. Em primeiro lugar, disse o Papa, é necessário recuperar a própria identidade, sem esses complexos de inferioridade que levam a "esconder a própria identidade e as convicções... [e] que acabam sufocando a alegria da missão em uma espécie de obsessão por ser como todos os outros e ter o que os outros tem".

O Papa Francisco explica, no terceiro capítulo que " a evangelização é uma tarefa de todo o povo de Deus, ninguém está excluído. Ela não está reservada nem pode ser delegada a um grupo particular. Todos os batizados estão diretamente envolvidos nela”.

O quarto capítulo, continuou monsenhor Fisichella, é dedicado à reflexão sobre a dimensão social da evangelização. Um tema muito apreciado pelo Papa Francisco – lembrou – porque “se esta dimensão não se explicita devidamente, corre-se sempre o risco de desfigurar o significado autêntico e integral da missão evangelizadora”.

No último capítulo busca expressar o “espírito da nova evangelização”, afirmou. “Este se desenvolve sob o primado da ação do Espírito Santo que infunde sempre e de novo o impulso missionário, a partir da vida de oração na qual a contemplação ocupa a posição central”. "

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