Celebrando o Dia do Padre
Por: Dom Fernando Mason
Agosto é, para a Igreja no
Brasil, o Mês Vocacional. Em 1981 iniciou-se essa celebração, com o objetivo de
se refletir, a cada domingo, uma vocação específica dentro da Igreja. O
primeiro domingo deste mês é dedicado à vocação do padre. E no próximo dia 4 de
agosto, quando se faz memória litúrgica de São Cura D’Ars, celebra-se o Dia do
Padre.
Este ano, essa comemoração tem um
sentido especial, pois a Igreja está celebrando o Ano Sacerdotal, proclamado
pelo Papa Bento XVI, em memória dos 150 anos da morte do Santo Cura D’Ars,
apresentado pelo papa como modelo para todos os sacerdotes.
É muito oportuno celebrar o Dia
do Padre, pois acredito que nós católicos algumas vezes ainda não compreendemos
bem a grandeza, a positividade e a preciosidade desta presença nas comunidades.
Deixemos claro, de antemão, que não se trata aqui de fazer elogios ingênuos,
valorizações forçadas ou ufanismo sectário. Sem dúvida, o padre se apresenta a
nós dentro da fragilidade de todo ser humano. Nisso ele não é nem melhor nem
pior que os outros.
Mas já nisso, talvez, se possa
ressaltar no padre um quê de sensibilidade, de elaboração do caráter, de
intelectualidade, de humanização, afinal, não tão comuns por aí. É o fruto de
um longo período formativo de oito anos.
Nós, Igreja Católica, somos um
povo, o povo de Deus. Não somos um bando; todo povo que se preze tem uma
"alma" (o Deus de Jesus Cristo, no Espírito Santo) da qual surge sua
organização. O vigor desta combinação de alma e organização permitiu à Igreja
percorrer mais de 2.000 anos de história, passando por épocas, vicissitudes,
civilizações e culturas as mais diferentes e desafiadoras. A ponta mais visível
desta alma e organização em nossas comunidades é o padre.
Há os padres que pertencem a
ordens e congregações religiosas, nas quais eles encontram segurança, afeição e
solidariedade; a comunidade paroquial complementa esta experiência fundamental
para todo ser humano. E há os padres "diocesanos". Eles precisam
encontrar, na diocese, segurança, afeição e solidariedade.
Quando se diz "diocese"
se entende o bispo que deve ter verdadeira afeição pelos seus padres, deve lhes
transmitir segurança e deve ter para com eles um profundo senso de justiça em
todas as vicissitudes da vida eclesial e paroquial.
Quando se diz "diocese"
entende-se também "comunidade paroquial". Nossas comunidades precisam
acolher, amar e respeitar os nossos padres, inclusive diante dos limites e
fragilidades que eles possam ter. E quem não tem limites e fragilidades que
lance a primeira pedra! Há pessoas e grupinhos que, com mil pretextos,
antipatizaram com este ou com aquele padre, infernizam-lhe a vida e dividem a
comunidade, com grave prejuízo para o Reino de Deus.
Nossas comunidades e lideranças
precisam ter comunhão com o seu padre, oferecer-lhe colaboração e participação
na vida da comunidade local, ainda mais quando estas lideranças exercem funções
importantes no âmbito eclesial e diocesano. Esta comunhão é exercício bem
concreto de fraternidade e amor ao próximo, conforme significa a Eucaristia da
qual participamos.
Nossas comunidades precisam ser
solidárias com o seu padre. Há quem se dispõe a fazer doações em material e
dinheiro para as obras paroquiais e para os necessitados, mas não se dispõe a
colaborar para o sustento de seu padre. Conheço padres em nossa diocese que
passaram (e passam?!) aperto para a sua subsistência! Os padres dependem de
nossa ajuda; como todo operário, eles merecem salário (o salário do padre se
chama "côngrua") justo e digno, conforme estabelecido pela diocese.
Pelo padre mantemos a unidade
eclesial, crescemos na fé e no conhecimento da Palavra de Deus. Ele é
indispensável para celebrarmos a Eucaristia e os demais sacramentos, sinais
visíveis de nossa salvação em Jesus Cristo. O padre é um dom para as nossas
comunidades!
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