Os condenados à morte e as últimas palavras dirigidas a Deus

Pe. Francisco Palacios: "Estamos trabalhamos para levar a Rádio Maria aos presídios do mundo inteiro"

Roma,  

O homem e o desejo do infinito: um dualismo que em todas as épocas históricas envolve e fascina as pessoas. E quando as pessoas são mantidas no corredor da morte e alguém decide o destino delas, é ainda mais impactante ler quais foram os seus últimos pensamentos.
Um blog, ativo desde 2011 no Texas, recolhe as últimas frases de prisioneiros que ficaram à espera nervosa de uma injeção letal, que, de acordo com o tribunal terreno, viria a fazer justiça pelo crime que eles cometeram.
Em 26 de junho, aconteceu naquele Estado norte-americano a execução número 500 desde 1976, ano em que foi reintroduzida a pena de morte no Texas.
"Eu só quero agradecer a quem me encorajou durante os últimos anos [...] Isto não é uma derrota, é uma vitória. Vocês sabem para onde eu estou indo. Estou indo para casa, para ficar com Jesus". Estas foram as últimas palavras de Kimberly McCarthy.
Suas palavras, como as de outros detentos mortos, podem ser lidas no “banco de dados da morte estatal”. O site texano mostra a foto, os dados biográficos, o crime cometido, a data de entrada no presídio e a data da execução, além das últimas palavras do condenado.
As declarações, muitas vezes, têm conteúdo de natureza religiosa. As paredes frias da prisão, a solidão da cela e a relação frequentemente conflituosa com outros detentos costumam levar os prisioneiros a questionar o sentido da vida e, especialmente, a se perguntar se existe no mundo pelo menos uma pessoa que não os julgue pelo que fizeram, e que, assim, possa amá-los na sua condição de vítimas e marginalizados. Conversões fortes, profundas. Cada um se volta ao próprio deus, mas o denominador comum das "declarações finais" é que elas são todas atreláveis à busca de uma verdade, que possa fornecer alguma esperança de uma nova vida depois da morte.
Este sempre foi o desafio da Rádio Maria. "O homem tem fome da palavra de Deus" é o comentário habitual do pe. Livio Fanzaga. A emissora sempre esteve perto das pessoas que enfrentam situações difíceis, inclusive as que estão presas. “Já faz alguns anos”, comenta o pe. Francisco Palacios, coordenador editorial da World Family of Radio Maria, “que nós estamos trabalhando com os presos e doando para cada um deles um radinho em forma de imagem de Maria. É uma forma de mostrar a nossa solidariedade. O papa Francisco, na sua primeira encíclica, Lumen Fidei, nos lembra o que São Paulo diz: ‘A fé vem pelo ouvido’. Este aspecto do nosso trabalho é crucial. Há muitos testemunhos que nós recebemos sobre conversões de detentos que encontraram o amor de um Deus que é Pai e misericordioso, e que não os julga pelo que eles fizeram".
Depois de entregar os radinhos em quase todas as prisões da Itália, a estação católica vem trabalhando para oferecer o mesmo serviço em outros países: "Estamos realizando esse projeto com outras nações para envolver os detentos e fazê-los sentir-se filhos de um Deus único, que salva os homens".