Dom Orani, arcebispo do Rio de
Janeiro, escreve sobre o Dia de Oração pela Jornada Mundial da Juventude Rio
2013
Rio de Janeiro, 11 de
Julho de 2013
Neste dia 11 de julho, a Igreja
do Brasil estará vivenciando o “Dia de Oração pela Jornada Mundial da Juventude
Rio 2013” convocado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB.
Deve ser um dia dedicado à oração e intercessão.
Os jovens já estão chegando em
vários lugares do Brasil para as Semanas Missionárias e alguns também já
chegaram aqui no Rio de Janeiro. A JMJ não irá acontecer. Ela está acontecendo!
É para nós um bela emoção poder começar a perceber que um sonho da juventude
brasileira, que sempre desejou ter uma Jornada no Brasil, vai se tornando
realidade. Depois da belíssima peregrinação dos símbolos da JMJ (Cruz peregrina
e o ícone de Nossa Senhora), agora é a vez da chegada dos protagonistas da
Jornada: os jovens.
Eles vêm como peregrinos. Fizeram enormes sacrifícios em suas comunidades, paróquias, países para poderem se deslocar até o Brasil. Nestes dias chegou um jovem que veio a pé da Argentina até aqui. Temos a certeza de que nós já os acolhemos e receberemos muito bem. Será uma bela festa de esperança e de fé. É um belo momento de ver esse protagonismo dentro de um momento muito especial de busca de vida mais justa e mais humana para nosso País.
Eles vêm como peregrinos. Fizeram enormes sacrifícios em suas comunidades, paróquias, países para poderem se deslocar até o Brasil. Nestes dias chegou um jovem que veio a pé da Argentina até aqui. Temos a certeza de que nós já os acolhemos e receberemos muito bem. Será uma bela festa de esperança e de fé. É um belo momento de ver esse protagonismo dentro de um momento muito especial de busca de vida mais justa e mais humana para nosso País.
E este evento público, aberto a
todos e totalmente positivo, quer conquistar os corações de todos junto com o
primeiro peregrino, que é o Papa Francisco, que declarou que já está se
preparando para vir participar.
O dia escolhido, além de ter a
proximidade do início da JMJ – 12 dias – que nos recordam os doze apóstolos,
também é a data em que celebramos o dia de São Bento, o patrono da Europa,
declarado em 1964 pelo Papa Paulo VI, reconhecendo a missão dos monges na
civilização e cultura europeias e por onde ela influenciou.
São Bento viveu entre 480 e 547 e
foi um jovem inquieto na busca de um sentido para sua vida, seja enquanto se
recolheu como eremita nos primeiros anos de sua experiência mística, ou quando
começou a conduzir grupos de jovens que queriam uma experiência com Deus em uma
vida de comunidade.
A época de São Bento a região de
Roma tem uma história significativa, pois o ano 476 é colocado como a data da
queda do império romano do ocidente (no oriente ele ficaria até o século XV
como império bizantino). Essa queda trouxe muitas crises de valores e situações
culturais, econômicas e religiosas. Foi uma época rica de iniciativas e de
busca religiosa e cultural. As crises geralmente geram situações novas.
Por isso mesmo, São Bento foi o
jovem do seu tempo com suas buscas e suas crises que encontrou em Cristo o
caminho que não só o conduziu, mas também a uma numerosa multidão de homens e
mulheres que seguem e que seguiram a Cristo segundo o seu carisma.
O Papa Pio XII, na carta Encíclica “Fulgens Radiatur” no XIV centenário da morte de São Bento, assim se refere: “quem pacientemente estudar a sua gloriosa vida e adentrar, à luz da história, o tempestuoso tempo em que viveu, há de sentir, indubitavelmente, a realidade da promessa que o Senhor deixou aos apóstolos e à sociedade que fundara: “Estarei convosco, todos os dias, até a consumação dos tempos”. Pois como diz ainda essa encíclica: “teve ocasião de ver, com imensa tristeza, o pulular das heresias, que arrastavam no vértice subsersivo do erro muitos dos espíritos mais belos; o rebaixamento dos costumes públicos e privados; o atoleiro sensual em que envolvia a mocidade galante e mundana de seu tempo, de tal modo que se podia dizer, verdade, da sociedade romana: “está morrendo e ri”. Então, “Bento estabeleceu na Igreja, com sua obra e vida, uma corrente perene de juventude, renovando a severidade dos costumes e robustecendo, de leis mais santas e vigorosas, a vida claustral”. E, é claro, isso influenciou os povos e regiões vizinhas aos mosteiros “unindo-os todos por laços de amor fraterno e caridade”.
O Papa Pio XII, na carta Encíclica “Fulgens Radiatur” no XIV centenário da morte de São Bento, assim se refere: “quem pacientemente estudar a sua gloriosa vida e adentrar, à luz da história, o tempestuoso tempo em que viveu, há de sentir, indubitavelmente, a realidade da promessa que o Senhor deixou aos apóstolos e à sociedade que fundara: “Estarei convosco, todos os dias, até a consumação dos tempos”. Pois como diz ainda essa encíclica: “teve ocasião de ver, com imensa tristeza, o pulular das heresias, que arrastavam no vértice subsersivo do erro muitos dos espíritos mais belos; o rebaixamento dos costumes públicos e privados; o atoleiro sensual em que envolvia a mocidade galante e mundana de seu tempo, de tal modo que se podia dizer, verdade, da sociedade romana: “está morrendo e ri”. Então, “Bento estabeleceu na Igreja, com sua obra e vida, uma corrente perene de juventude, renovando a severidade dos costumes e robustecendo, de leis mais santas e vigorosas, a vida claustral”. E, é claro, isso influenciou os povos e regiões vizinhas aos mosteiros “unindo-os todos por laços de amor fraterno e caridade”.
E é justamente nesse dia de São
Bento, um jovem que buscou fazer a vontade de Deus e cuja vida refulgiu na
história, resplandecendo “como astro na cerração da noite”, que o Brasil reza
pelos peregrinos, pelos jovens que estão participando da JMJ Rio 2013.
Também nós necessitamos de jovens corajosos como São Bento que, vivendo hoje as realidades da sociedade, sejam sinais transparantes de tempos novos: “protagonistas de um mundo novo”!
Também nós necessitamos de jovens corajosos como São Bento que, vivendo hoje as realidades da sociedade, sejam sinais transparantes de tempos novos: “protagonistas de um mundo novo”!
Convido a todos para que neste
dia 11 de julho, Dia de São Bento, patriarca dos monges do Ocidente, que soube
aproveitar as orientações do passado e traduzi-las de modo novo para o seu
presente, que todos nós nos coloquemos em oração por esse importante momento da
história de nossa juventude.
Vamos clamar ao Senhor para que
vivamos todos o caminho da santidade diante de situações tão diversificadas de
hoje, muitas vezes eivadas de ódios e desprezos, mas que, longe de nos
desanimar, nos colocam ainda mais entusiasmo nessa missão que o Senhor nos deu
para empreender.
Fulgurante de luz, São Bento,
interceda por todos nós!
† Orani João Tempesta, O.
Cist.
Arcebispo Metropolitano de São
Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
(11 de Julho de 2013) ©
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