ZENIT
O mundo
visto de Roma
Serviço
diário - 07 de Julho de 2013
Pensamento
do dia, domingo, 07 de julho
"O conformismo é carcereiro da liberdade e inimigo do
crescimento". John Fitzgerald Kennedy (1917 - 1963)
· "A missão é sobretudo graça"
Homilia do Papa Francisco na missa com os seminaristas, noviços, noviças, que estão em caminhada vocacional
Homilia do Papa Francisco na missa com os seminaristas, noviços, noviças, que estão em caminhada vocacional
ANGELUS
· O foco não é socializar, passar o tempo juntos, o foco é
anunciar o Reino de Deus
Palavras do Papa Francisco pronunciadas neste domingo antes da tradicional oração mariana do Angelus
Palavras do Papa Francisco pronunciadas neste domingo antes da tradicional oração mariana do Angelus
Homilia
do Papa Francisco na missa com os seminaristas, noviços, noviças, que estão em
caminhada vocacional
CIDADE DO VATICANO, 07 de Julho de 2013 (Zenit.org)
- Apresentamos a homilia do Papa Francisco pronunciada neste domingo, 07 de
julho, na Missa com os seminaristas, noviços, noviças, que estão em
caminhada vocacional.
Amados irmãos e irmãs!
Já ontem tive a alegria de vos encontrar, e
hoje a nossa festa é ainda maior porque nos reunimos para a Eucaristia, no Dia
do Senhor. Sois seminaristas, noviços e noviças, jovens em caminhada
vocacional, vindos dos diversos cantos do mundo: representais a juventude da
Igreja. Se a Igreja é a Esposa de Cristo, de certo modo vós representais o seu
tempo de noivado, a primavera da vocação, o período da descoberta, do
discernimento, da formação. E é um período muito belo, em que se lançam as
bases do futuro. Obrigado por terdes vindo!
Hoje a Palavra de Deus fala-nos da missão.
Donde nasce a missão? A resposta é simples: nasce de uma chamada – a do Senhor
– e Ele chama para ser enviado. Qual deve ser o estilo do enviado? Quais são os
pontos de referência da missão cristã? As leituras que ouvimos sugerem-nos
três: a alegria da consolação, a cruz e a oração.
1. O primeiro elemento: a alegria de
consolação. O profeta Isaías dirige-se a um povo que atravessou o período
escuro do exílio, sofreu uma prova muito dura; mas agora, para Jerusalém,
chegou o tempo da consolação; a tristeza e o medo devem dar lugar à alegria:
«Alegrai-vos (...), rejubilai (…) regozijai-vos» – diz o Profeta (66, 10). É um
grande convite à alegria. Porquê? Qual é o motivo deste convite à alegria?
Porque o Senhor derramará sobre a Cidade Santa e seus habitantes uma «cascata»
de consolação, uma cascata de consolação – ficando assim repletos de consolação
–, uma cascata de ternura materna: «Serão levados ao colo e acariciados sobre
os seus regaços» (v. 12). Como faz a mãe quando põe o filho no regaço e o
acaricia, assim o Senhor fará conosco… faz conosco. Esta é a cascata de ternura
que nos dá tanta consolação. «Como a mãe consola o seu filho, assim Eu vos
consolarei» (v. 13). Cada cristão, mas sobretudo nós, somos chamados a levar
esta mensagem de esperança, que dá serenidade e alegria: a consolação de Deus,
a sua ternura para com todos. Mas só podemos ser seus portadores, se
experimentarmos nós primeiro a alegria de ser consolados por Ele, de ser amados
por Ele. Isto é importante para que a nossa missão seja fecunda: sentir a
consolação de Deus e transmiti-la! Algumas vezes encontrei pessoas consagradas
que têm medo da consolação de Deus e… pobrezinho, pobrezinha delas, se amofinam
porque têm medo desta ternura de Deus. Mas não tenhais medo. Não tenhais medo,
o nosso Deus é o Senhor da consolação, o Senhor da ternura. O Senhor é Pai e
Ele disse que procederá conosco como faz uma mãe com o seu filho, com a ternura
dela. Não tenhais medo da consolação do Senhor. O convite de Isaías: «consolai,
consolai o meu povo» (40,1) deve ressoar no nosso coração e tornar-se missão.
Encontrarmos, nós, o Senhor que nos consola e irmos consolar o povo de Deus:
esta é a missão. Hoje as pessoas precisam certamente de palavras, mas sobretudo
têm necessidade que testemunhemos a misericórdia, a ternura do Senhor, que
aquece o coração, desperta a esperança, atrai para o bem. A alegria de levar a
consolação de Deus!
2. O segundo ponto de referência da missão
é a cruz de Cristo. São Paulo, ao escrever aos Gálatas, diz: «Quanto a mim, de
nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo» (6, 14).
E fala de «estigmas», isto é, das chagas de Jesus crucificado, como selo, marca
distintiva da sua vida de apóstolo do Evangelho. No seu ministério, Paulo
experimentou o sofrimento, a fraqueza e a derrota, mas também a alegria e a
consolação. Isto é o mistério pascal de Jesus: mistério de morte e
ressurreição. E foi precisamente o ter-se deixado configurar à morte de Jesus
que fez São Paulo participar na sua ressurreição, na sua vitória. Na hora da
escuridão, na hora e da prova, já está presente e operante a alvorada
da luz e da salvação. O mistério pascal é o coração palpitante da missão da Igreja.
E, se permanecermos dentro deste mistério, estamos a coberto quer de uma visão
mundana e triunfalista da missão, quer do desânimo que pode surgir à vista das
provas e dos insucessos. A fecundidade pastoral, a fecundidade do anúncio do
Evangelho não deriva do sucesso nem do insucesso vistos segundo critérios de
avaliação humana, mas de conformar-se com a lógica da Cruz de Jesus, que é a
lógica de sair de si mesmo e dar-se, a lógica do amor. É a Cruz – sempre a Cruz
com Cristo, porque às vezes oferecem-nos a cruz sem Cristo: esta não vale! É a
Cruz, sempre a Cruz com Cristo – que garante a fecundidade da nossa missão. E é
da Cruz, supremo ato de misericórdia e amor, que se renasce como «nova criação»
(Gl 6, 15).
3. Finalmente, o terceiro elemento: a oração.
Ouvimos no Evangelho: «Rogai ao dono da messe que mande trabalhadores para a
sua messe» (Lc 10, 2). Os trabalhadores para a messe não são
escolhidos através de campanhas publicitárias ou apelos ao serviço da
generosidade, mas são «escolhidos» e «mandados» por Deus. É Ele que escolhe, é
Ele que manda; sim, é Ele que manda, é Ele que confere a missão. Por isso é
importante a oração. A Igreja – repetia Bento XVI – não é nossa, mas de Deus; e
quantas vezes nós, os consagrados, pensamos que seja nossa! Fazemos dela…
qualquer coisa que nos vem à cabeça. Mas não é nossa; é de Deus.
O o campo a cultivar é d’Ele. Assim, a missão é sobretudo graça. A
missão é graça. E, se o apóstolo é fruto da oração, nesta encontrará a luz e a
força da sua ação. De contrário, a nossa missão não será fecunda; mais,
apaga-se no próprio momento em que se interrompe a ligação com a fonte, com o
Senhor.
Queridos seminaristas, queridas noviças e
queridos noviços, queridos jovens em caminhada vocacional! Há dias, um de vós,
um dos vossos formadores, dizia-me: évangéliser on le fait à genoux,
a evangelização faz-se de joelhos. Ouvi bem: «A evangelização faz-se de
joelhos». Sede sempre homens e mulheres de oração! Sem o relacionamento
constante com Deus a missão torna-se um ofício. Mas que trabalho fazes?
Trabalho de alfaiate, de cozinheira, de padre… Trabalhas de padre, de freira?
Não. Não é um ofício, é diverso. O risco do ativismo, de confiar demasiado nas
estruturas, está sempre à espreita. Se olhamos a vida de Jesus, constatamos que,
na véspera de cada decisão ou acontecimento importante, Ele Se recolhia em
oração intensa e prolongada. Cultivemos a dimensão contemplativa, mesmo no
turbilhão dos compromissos mais urgentes e pesados. E quanto mais a missão vos
chamar para ir para as periferias existenciais, tanto mais o vosso coração se
mantenha unido ao de Cristo, cheio de misericórdia e de amor. Aqui reside o
segredo da fecundidade pastoral, da fecundidade de um discípulo do Senhor!
Jesus envia os seus sem «bolsa, nem alforje,
nem sandálias» (Lc 10, 4). A difusão do Evangelho não é assegurada
pelo número das pessoas, nem pelo prestígio da instituição, nem ainda pela
quantidade de recursos disponíveis. O que conta é estar permeados pelo amor de
Cristo, deixar-se conduzir pelo Espírito Santo e enxertar a própria existência
na árvore da vida, que é a Cruz do Senhor.
Queridos amigos e amigas, com grande
confiança vos confio à intercessão de Maria Santíssima. Ela é a Mãe que
nos ajuda a tomar as decisões definitivas com liberdade, sem medo. Que Ela vos
ajude a testemunhar a alegria da consolação de Deus, sem ter medo da alegria;
Ela vos ajude a conformar-vos com a lógica de amor da Cruz, a crescer numa
união cada vez mais intensa com o Senhor na oração. Assim a vossa vida será
rica e fecunda!
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Palavras
do Papa Francisco pronunciadas neste domingo antes da tradicional oração
mariana do Angelus
CIDADE DO VATICANO, 07 de Julho de 2013 (Zenit.org)
- Queridos irmãos e irmãs! Bom dia!
Antes de tudo desejo partilhar convosco a
alegria de ter encontrado, ontem e hoje, uma peregrinação especial do Ano da
Fé: aquela dos seminaristas, noviços e noviças. Peço-vos para rezarem por eles,
para que o amor por Cristo amadureça sempre mais na vida deles e eles se tornem
verdadeiros missionários do Reino de Deus.
O Evangelho deste domingo (Lc
10,1-12.17-20) nos fala propriamente disto: do fato de que Jesus não é um
missionário isolado, não quer cumprir sozinho a sua missão, mas envolve os seus
discípulos. E hoje vemos que, além dos Doze apóstolos, chama outros setenta e
dois, e os manda às aldeias, dois a dois, a anunciar que o Reino de Deus está
próximo. Isto é muito belo! Jesus não quer agir sozinho, veio para trazer ao
mundo o amor de Deus e quer difundi-lo com o estilo da comunhão, com o estilo
da fraternidade. Por isto forma imediatamente uma comunidade de discípulos, que
é uma comunidade missionária. Imediatamente os prepara para a missão, para ir.
Mas atenção: o foco não é socializar,
passar o tempo juntos, não, o foco é anunciar o Reino de Deus, e isto é
urgente! E também hoje é urgente! Não há tempo a perder batendo papo, não é
preciso esperar o consenso de todos, é preciso ir e anunciar. A todos leva a
paz de Cristo, e se não a acolhem, se segue em frente da mesma maneira. Aos
doentes se leva a cura, porque Deus quer curar o homem de todo mal. Quantos
missionários fazem isto! Semeiam vida, saúde, conforto às periferias do mundo.
Que belo é isto! Não viver para si mesmo, não viver para si mesma, mas vive
para ir e fazer o bem! Tantos jovens estão hoje na Praça: pensem nisso,
questionem: Jesus me chama a ir, a sair de mim e fazer o bem? A vocês, jovens,
a vocês rapazes e moças, pergunto: vocês são corajosos para isto, têm a coragem
de ouvir a voz de Jesus? É belo ser missionários!... Ah, são bravos! Eu gosto
disso!
Estes setenta e dois discípulos, que Jesus
envia à sua frente, quem são? Quem representam? Se os Doze são os Apóstolos, e
então, representam também os Bispos, seus sucessores, estes setenta e dois
podem representar os outros ministros ordenados, presbíteros e diáconos; mas em
sentido mais amplo, podemos pensar nos outros ministérios na Igreja, nos
catequistas, nos fiéis leigos que se empenham nas missões paroquiais, em quem
trabalha com os doentes, com as diversas formas de desconforto e alienação; mas
sempre como missionários do Evangelho, com a urgência do Reino que está
próximo. Todos devem ser missionários, todos podem ouvir aquele chamado de
Jesus e ir adiante e anunciar o Reino!
Diz o Evangelho que aqueles setenta e dois
voltaram da sua missão repletos de alegria, porque tinham experimentado o poder
do Nome de Cristo contra o mal. Jesus confirma isso: a estes discípulos Ele dá
a força para derrotar o maligno. Mas acrescenta: “Contudo, não vos alegreis
porque os espíritos vos estão sujeitos, mas alegrai-vos de que os vossos nomes
estejam nos céus” (Lc 10, 20). Não devemos nos vangloriar como se fôssemos nós
os protagonistas: protagonista é um só, é o Senhor! Protagonista é a graça do
Senhor! Ele é o único protagonista! E a nossa alegria é somente esta: ser seus
discípulos, seus amigos. Ajude-nos Nossa Senhora a sermos bons operários do
Evangelho.
Queridos amigos, a alegria! Não tenham medo
de ser alegres! Não tenham medo da alegria! Aquela alegria que nos dá o Senhor
quando O deixamos entrar na nossa vida, deixamos que Ele entre na nossa vida e
nos convide a sair de nós para as periferias da vida e anunciar o Evangelho.
Não tenham medo da alegria. Alegria e coragem!
(Após o Angelus)
Queridos irmãos e irmãs,
Como vocês sabem, ha dois dias foi
publicada a Encíclica sobre a fé, intitulada Lumen Fidei, “a luz da fé”.
Por ocasião do Ano da Fé,o Papa emérito Bento XVI iniciou esta encíclica, após
a da caridade e esperança. Eu peguei esse projeto e o concluí. Eu o ofereço com
alegria a todo o Povo de Deus. Hoje, especialmente precisamos ir ao essencial
da fé cristã, precisamos aprofundá-la e confrontá-la com as problemáticas
atuais. Acredito que esta encíclica, pelo menos em algumas partes, poderá ser
útil para aqueles que estão à procura de Deus e do sentido da vida. Eu a coloco
nas mãos de Maria, ícone perfeita da fé, para que possa dar os frutos que o
Senhor deseja.
Dirijo minha cordial saudação a todos,
caros fiéis de Roma e peregrinos. Saúdo especialmente os jovens da Diocese de
Roma que se preparam para partir para o Rio de Janeiro para a Jornada Mundial
da Juventude. Queridos jovens, eu também estou me preparando! Caminhemos juntos
rumo a esta grande festa da fé; Maria nos acompanhe, e nos encontramos lá!
Saúdo as Irmãs Rosminianas e as Franciscanas
Angelinas que realizam seus Capítulos Gerais e os responsáveis pela Comunidade
de Santo Egídio que vieram de vários países para o curso de formação. A todos
auguro um bom domingo! Bom almoço! Adeus.
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